Fonte: Veja.com
A polícia fiscal italiana confiscou nesta quarta-feira bens, contas
correntes e ações no valor de 1,1 bilhão de euros que o falecido ditador
líbio Muammar Kadafi e seus parentes possuíam na Itália, entre eles uma
participação de 1,5% no conjunto de acionistas da Juventus de Turim.
Segundo
informaram fontes policiais, esta medida, que afeta também os bens na
Itália do ex-chefe do serviço secreto líbio, Abdallah Sanusillega, chega
como resposta a um pedido feito pelo Tribunal Penal Internacional de
Haia.
Trata-se de bens em nome de dois fundos soberanos líbios, o
Libyan Investment Authority (LIA) e o Libyan Arab Foreign Investment
Company (LAFICO), e que, segundo as investigações, são atribuídos a
Kadafi e seu entorno.
Entre os bens confiscados está 1,5% do
capital do conjunto de acionistas da Juventus controlado pelo LIA, uma
participação acionária que, devido ao último aumento de capital do
clube, foi reduzida de 7,5%, com a qual entraram em 2002, para o valor
atual.
Além disso, aparece a participação de 1,256% que a família
Kadafi possuía no banco Unicredit, o maior da Itália, equivalente a
cerca de 611 milhões de euros.
As autoridades italianas também
confiscaram sua cota de 0,58% no conjunto de acionistas da empresa de
hidrocarbonetos Eni, com um valor de 410 milhões de euros, 2% que
possuía no grupo italiano de defesa Finmeccanica, assim como sua
participação nas sociedades da empresa automobilística Fiat.
Além
de suas cotas no conjunto de acionistas de diferentes empresas
italianas, a Guarda de Finanças confiscou várias contas correntes, assim
como 150 hectares de terreno na ilha de Pantelaria, situada ao sudoeste
da Sicília, um apartamento em Roma e duas motos, uma delas uma Harley
Davidson.
Os bens confiscados hoje já tinham sido congelados em
março de 2011 pelas autoridades italianas, de acordo com as sanções
econômicas contra o já deposto regime de Trípoli aprovadas pela União
Europeia (UE) e pelas Nações Unidas, após o início do conflito no país
norte-africano.
O tenente-coronel da Guarda de Finanças, Gavino
Putzu, explicou em declarações ao canal de televisão a cabo 'SkyTg24'
que estes bens confiscados poderão servir para os ressarcimentos às
vítimas do regime de Kadafi.
O coronel Muammar Kadafi morreu no
último dia 20 de outubro na cidade líbia de Sirte nas mãos dos rebeldes,
após quase nove meses de conflito armado entre seu regime e as forças
rebeldes.
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