O título da Juventus não poderia vir de maneira mais exemplar.
Os bianconeros conquistaram o bicampeonato da Serie A com um resumo da
temporada que fizeram. Empurrada pela torcida em Turim, a equipe de Antonio
Conte fez o simples contra o Palermo. Contaram com uma defesa segura e um
meio-campo dominante para alcançar a vitória por 1 a 0. O suficiente para
celebrar o “seu” 31º título italiano – ou 29, como nas contas da federação.
Assim como em diversos momentos da campanha, a Juve mostrou-se
confiante o suficiente, esperando o momento certo para chegar ao gol.
Controlava o jogo e, mesmo sem ser sufocante no ataque, fazia o triunfo se
tornar questão de tempo. O domínio da posse de bola e do território era
evidente, de um time que parece sempre seguro de suas capacidades e também de
suas carências.
O único gol da vitória foi marcado no início do segundo tempo. Após Vucinic ser derrubado na área, o árbitro marcou pênalti. Vidal cobrou no canto direito do goleiro Sorrentino e fez o gol.
Ameaçado pelo rebaixamento, o Palermo
chegou a assustar. Nada suficiente para derrubar uma defesa que ostenta
excelente média de 0,57 gols sofridos por partida. Como de costume, Andrea
Barzagli, Leonardo Bonucci e Giorgio Chiellini deram poucos espaços ao ataque
dos sicilianos.
A Juventus permaneceu na liderança da Serie A desde a primeira
rodada. Desde 2002/03 os bianconeros não conseguiam um domínio tão grande na
tabela da competição.
Na temporada 2011/12, a Juventus
terminou invicta conquistando o título na penúltima rodada, no dia 6 de maio.
Desta vez, a conquista veio no dia 5 de maio, mas desta vez com três rodadas de
antecedência. Mesmo sem ter conseguido o título invicto, o domínio da Vecchia
Signora na Serie A foi imenso. Até os protagonistas foram os mesmos. Pirlo foi
um dos grandes nomes da conquista anterior. Desta vez, é preciso destacar ainda
mais outros dois jogadores de meio-campo: Claudio Marchisio e Arturo Vidal.
Dois gigantes do meio-campo da Juve.
Vidal cresceu muito de produção nesta
temporada, tornando-se um jogador ainda mais importante para o time. Versátil,
marcador, chuta de fora da área e tornou-se o batedor de pênaltis da equipe. É
um jogador de meio-campo completo. Além de marcar gols na temporada, ainda é o
líder em assistências do time. O motor de um time que se caracteriza pela força
de combate e de transição no meio-campo.
Uma força que se caracteriza no
meio-campo é também pela presença de Claudio Marchisio. Um jogador que poderia
ser considerado volante no Brasil, mas que sustenta qualidades de um meia
ofensivo. Não por acaso, também se destaca pelos passes que faz para gols do
time, assim como pelo seu trabalho no meio-campo para recuperar a bola e sair
para o jogo. No final da temporada, Antonio Conte o deslocou para um papel
ainda mais ofensivo do que estava acostumado a desempenhar até então, atuando
atrás do atacante, em geral Mirko Vucinic. Marchisio se adaptou bem a essa posição,
pela boa presença que consegue ter no ataque.
Um dos motivos para Conte colocar
Marchisio mais para frente no posicionamento ofensivo foi Paul Pogba,
meio-campista francês que ocupa exatamente a posição de Marchisio e Vidal.
Contratado junto ao Manchester United no início da temporada, o jogador de 20
anos foi ganhando espaço e termina a temporada como titular do time, se
destacando pela força física e vigor na transição de jogo da defesa para o
ataque. Seus chutes de fora da área proporcionaram alguns belos gols e Pogba
virou jogador de seleção francesa. Merece destaque por ter se tornado um
jogador importante logo na sua primeira temporada no clube, aos 20 anos.
A segurança do time é certamente um
dos motivos da confiança enorme que a equipe de Antonio Conte joga e domina o
Campeonato Italiano. Nenhum dos times concorrentes conseguiu alcançar o seu
nível de futebol. O desafio, agora, é chegar ao nível dos melhores da Europa.
Obviamente, como em um bom resumo, algumas deficiências ficaram
evidentes, principalmente no ataque. A falta de um poder de decisão maior
deixou o time em maus momentos algumas vezes, mas nada que atrapalhasse o
título. E é neste ponto que a Vecchia Signora deverá se concentrar para manter
a supremacia na Itália.
Fernando Llorente é a primeira promessa
cumprida de um elenco ainda mais forte na próxima temporada. Com isso esperamos
que a equipe corresponda melhor na próxima Liga dos Campeões.
Diante de um elenco com tantos atributos, elevar este nível parece questão de
pouco tempo.
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