quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Pjanic não é Pirlo, Allegri!

Pirlo versus Pjanic, quando Pirlo ainda ornava a camisa 21 e Pjanic era da Roma
Pjanic é um jogador criativo, seus números pela Roma não nos deixariam mentir, pois foi um dos jogadores que mais contribuíram para gols de companheiros nas últimas temporadas de Serie A, além de ser um excelente cobrador de faltas. Pirlo também é um jogador criativo, também é responsável por gols de seus companheiros e nem preciso dizer a capacidade do jogador na bola parada, e é nesse ponto que ambos os jogadores encerram as similaridades.

Na Itália, qualquer jogador criativo que atue na posição de volante e tenha como principal função armar o jogo a partir do seu campo defensivo é rotulado de regista, enquanto qualquer jogador que tenha como principal função armar o jogo do seu campo ofensivo recebe a nomenclatura de trequartista. O futebol brasileiro tem a figura do camisa 10, a Itália tem a figura do trequartista, apesar de a mídia esportiva mundial tratar jogadores com esse rótulos como entidades futebolísticas separadas. Andrea Pirlo é a personificação mundial do regista, enquanto Alessandro Del Piero é uma das bandeiras dos trequartistas.

Porém, recentemente Allegri botou na cabeça que Pjanic, por ser um jogador criativo, é capaz de exercer a função de armador a partir do campo de defesa, ressuscitando a função que Pirlo com muita maestria executou em seus anos bianconero. A questão é que o maestro é um jogador com composições únicas e que foi moldado ao longo do tempo nessa função, atingindo e mantendo um ápice futebolístico como a figura central desse tipo de função no futebol mundial.

O meia bósnio está se aproximando de seu auge e já se mostrou ser uma enorme ameaça articulando o jogo próximo da área adversária, e apesar das poucas partidas pela Velha Senhora, ele já mostrou algumas de suas qualidades. Porém, no último Derby D'Italia, o jogador teve uma atuação criticada e inefetiva, atuando em uma posição que lhe era estranha e em um lugar em que ele era incapaz de utilizar suas qualidades de maneira eficiente.

Allegri anda recebendo duras críticas pelas duas últimas partidas, aonde tentou morder tudo e acabou sem nada, principalmente por diversas decisões que não agradaram ninguém (só Mandzukic). A vitória hoje diante do Cagliari retoma os ritmos normais e o topo da tabela, afinal de contas, é normal perder um clássico, não pode perder é da maneira como perdeu.

E se eu pudesse dar um conselho para nosso treinador, ele seria simples e claro: "Pjanic não é Pirlo, Allegri!". Pjanic já provou sua capacidade jogando no posto esquerdo do centro do campo, como um vértice avançado no 4-3-3 de Rudi Garcia, adicionando muita qualidade ao campo ofensivo seja com assistências, seja com gols, seja com cobranças de faltas (cobrou a falta do primeiro gol) e escanteios (linda jogada com Dani Alves hoje). Cada jogador tem suas qualidades e estilo, cabe ao treinador entender isso e não querer reinventar a roda. Afinal de contas, Pirlo só existe um.


P.S: Obrigado por ter estreado hoje Chiellini, nossa defesa agradece.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Uma prova de 90 milhões

Higuaín e Pjanic, autores dos três gols bianconeros diante do Sassuolo, comemoram um dos tentos do argentino

Gonzalo Higuaín comemorou seus dois gols diante do Sassuolo mandando uma mensagem aos seus detratores: "Continuem me criticando, que eu continuarei marcando gols!". A capacidade artilheira do argentino na Serie A nunca esteve em dúvida quando a Juventus desembolsou 90 milhões de euros, em duas parcelas, para contar com o argentino. A maior dúvida seria se o atacante seria capaz de trazer essa prolificidade para os grandes momentos.

O camisa 9 é constantemente lembrado pelo caminhão de jogos perdidos em jogos importantes, isso quando não some na defesa adversária. Os 100% de aproveitamento da Juventus nas três primeiras rodadas reforçam a supremacia da Velha Senhora nos gramados da velha Bota. Porém, a Juventus não gastou tubos de dinheiro para qualificar seu elenco pensando em mais um Scudetto, a grande ambição é entrar no grupo seleto composto por Bayern, Real Madrid e Barcelona.

Obviamente que o objetivo maior é conquistar títulos, principalmente a Champions League, mas se tornar uma equipe que todo e qualquer adversário desejará ser é a grande ambição, o final dessa busca por aumentar a coleção de orelhudas em Turim. E para tal, Pipita é parte importante dessa estratégia, pois ninguém gasta tanto dinheiro em um jogador só esperando algo que o atual elenco possa dar sem um investimento tão pesado.

O elenco já conta com diversos jovens promissores que parecem destinados aos grandes palcos do futebol mundial, mas muitas vezes são necessárias peças mais experientes e consistentes. A consistência de Higuaín na Itália é inquestionável foram 91 gols em 146 jogos pelo Napoli e só na temporada passada foram 36 bolas nas redes do Calcio, quebrando um recorde de 66 anos.

Na atual temporada foram 3 jogos, apenas o último como titular e 3 bolas na rede. O argentino foi responsável direto pela aquisição de 2/3 dos pontos atuais. O gol da vitória diante da Fiorentina e os dois gols em 10 minutos que jogaram o Sassuolo na lona na última rodada. Na Itália, o atacante tem tudo para talvez quebrar o próprio recorde mais uma vez e aumentar ainda mais o seu tamanho dentro da história do futebol italiano.

Porém, amanhã começa a verdadeira missão de Gonzalo Higuaín, o centroavante tem a pesada missão de conduzir o atacante bianconero na Champions League e fazer sumir a aura de pé frio, ou até mesmo a mística de que equipes que contam com ele em campo, não vencem torneio mata-mata, pois não se pode depender do mesmo em jogos importantes, já que nas últimas 3 finais que disputou com a camisa da Argentina, o atacante perdeu ao menos um gol em cada uma delas.

Que ele continue calando os críticos, pois amanhã, diante do Sevilla, Gonzalo Higuaín tem que começar a mostrar porque a Juventus depositou tanta confiança no jogador para liderar o assalto da Velha Senhora à elite europeia.